quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Comitê Legislativo do Pró-Sinos visita comunidade de Areia em Rolante


O Comitê Intermunicipal Legislativo de Acompanhamento das Ações do Pró-Sinos esteve reunido na Câmara de Vereadores de Rolante, no dia 15 de outubro. Coordenado pelo presidente do grupo, Nestor Schwertner (PT), o encontro teve a participação de parlamentares do Vale do Sinos, do vice-prefeito da cidade, Lenoir Schönardie, do diretor do Consórcio Pró-Sinos, Júlio Quadros e de representantes da comunidade local. Um dos temas centrais foi a proposta do governo do Estado em construir uma barragem na comunidade de Areia, em Rolante. A iniciativa foi motivo de protesto dos moradores, que alegam danos ao meio ambiente e à agricultura familiar, forma de sustento das famílias.

Conforme informações do município, o governo estadual não fará barragens neste mandato, mas não está descartada a possibilidade posteriormente. Em apoio à mobilização da comunidade, o Comitê irá incentivar os 32 municípios que integram a bacia hidrográfica do Rio dos Sinos, a aprovar uma moção de contrariedade à construção de barragens.

O diretor do Pró-Sinos, Júlio Quadros, fez um relato sobre os três programas desenvolvidos pelo consórcio com verba do Fundo Nacional do Meio Ambiente: Educação Ambiental, Plano de Bacia e Resíduos Sólidos. “Foi feito um diagnóstico sobre a bacia do Sinos, observando a utilidade da água para fins domésticos ou industriais, a fim de propor uma ação para o controle do uso da água”, esclareceu. Ele destacou ainda a importância da educação ambiental para conscientizar as indústrias e comunidade a não poluir o ambiente. “Também pretendemos organizar de forma coletiva uma ação para o tratamento de resíduos sólidos. Lixo seco, orgânico, óleo de cozinha e gás precisam ser tratados de forma consciente”, destacou. Segundo Júlio Quadros, o Consórcio também pretende realizar um programa de água, drenagem e esgoto para os municípios com verba do Ministério das Cidades.

No final da reunião, a comitiva de vereadores visitou a comunidade de Areia em Rolante para identificar o local onde o governo do Estado pretende construir barragens. O grupo volta a reunir-se no dia 11 de novembro em Campo Bom. O Comitê Legislativo do Pró-Sinos é formado por vereadores dos 32 municípios do Vale do Sinos e tem o objetivo de acompanhar as ações do Consórcio e propor sugestões para recuperação do rio.

Um comentário:

  1. Prezado Sr. Nestor Schwertner, ao cumprimentá-lo, gostaria de tecer algumas considerações a respeito da iniciativa de aprovar moção de contrariedade à construção de barragem no Rio dos Sinos. Se por um lado existe o posicionamento contrário à construção, calcado nos argumentos de possíveis danos ao meio-ambiente e à agricultura familiar, cabe o necessário contraponto. Os moradores das cidades do Vale do Sinos, servidas pelas águas do Sinos, sempre tem sido penalizados (inclusive através de Lei Municipal editada pelo Sr. Prefeito de São Leopoldo) durante os períodos de secas, onde o nível do rio fica significativamente reduzido. Ora, só vejo dois caminhos para o desenvolvimento sustentável das comunidades quando o assunto é o aproveitamento dos recursos hídricos: um deles seria a redução ou a estagnação do crescimento da população, o que é impraticável e impensável, já que o Brasil não tem histórico de adequada distribuição da expansão demográfica. O segundo seria o caminho da racionalização do consumo, que por si só resta inócuo se não houverem investimentos na multiplicação dos recursos naturais, coisa de que o ser humano já mostrou ser plenamente capaz, em virtude de ter sido dotado de inteligência por parte do Altíssimo. Aliás, se não houvesse algum propósito divino de que a humanidade se desenvolvesse, continuaríamos eternamente em uma postura silvícola extrativista, sem capacidade de evoluir e criar dispositivos e ferramentas que multiplicassem a capacidade produtiva - ou será alguém ainda questiona o uso da mecanização para a multiplicação da produção de alimentos? Se há fome ou se os alimentos estão mal distribuídos, é outra situação a ser resolvida. E a evolução pode ser feita de forma (mais) racional, sem prejuízos tanto à natureza quanto à melhoria de condições de vida do ser humano sobre o planeta. Basta colocar a engenhosidade humana em funcionamento.
    Em relação ao caso específico das barragens, no caso do fornecimento de água para as cidades do Vale do Sinos já vai longe o tempo em que esta iniciativa deveria ter sido posta efetivamente em prática. Como comparação, a cidade de São Paulo conta desde 1923 com a represa Billings e desde 1909 com a represa Guarapiranga. De fato, estamos muuuito atrasados!
    Espero sinceramente que o Comitê Intermunicipal Legislativo do Pró-Sinos analise esta questão da forma lúcida como é exigido, assumindo uma postura resolutiva, de coerência e de eqüidade, evitando que o fiel da balança beneficie poucos em detrimento do todo mais significativo.

    Cordiais saudações,

    Frédi Krüger
    São Leopoldo(RS)

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